domingo, 2 de junho de 2013

Universidade: a aprovação, entrando em um mundo novo.

   Terminei o ensino médio em 2011, pois fiquei, pela primeira vez na vida, reprovado em uma disciplina e por meio ponto, química. A escola aonde eu estudei permitia que os alunos aprovados no vestibular, em instituições públicas de ensino superior, fossem aprovados mesmo que ficassem em alguma disciplina. O problema é que no ano de 2010, eu até que comecei bem o ano, estudando no convênio pela manhã e pela tarde fazendo cursinho; já no segundo semestre o meu rendimento foi à zero, já que eu comecei a namorar e não queria saber de outra coisa a não ser cuidar do fulano, esquecendo até de mim. O pior erro que eu já cometi na vida! Consegui terminar o ensino médio através de uma prova de supletivo, que vergonha!
   Prestei a prova do vestibular pra Universidade Federal do Pará (UFPA) e, infelizmente, não fui aprovado, por não ter estudado o suficiente. Tentei o curso de jornalismo. Lembro-me que papai sempre dizia que não iria mais pagar cursinho pré-vestibular, que eu passava naquele ano ou então iria trabalhar e adeus sonho de ensino superior. Fiquei muito abalado por conta disso, mas decidi tentar outra vez, por minha conta, ele não pagou nada, nem a prova.
   O mais engraçado de tudo é que no ano seguinte, em que eu estudei apenas em casa, com o material do ano anterior, minha nota foi surpreendentemente superior ao ano anterior. Já livre das complicações dos relacionamentos, complicados e torturantes, fui aprovado em 4º lugar no curso de Letras Espanhol na UFPA. Lembro-me da noite anterior à prova da segunda fase, pois a primeira foi o ENEM, super tranquilo, porém cansativo, em que eu namorava um garoto de 14 anos, que me ligou às 3 da manhã me xingando, me chamando de falso e dizendo que estava tudo terminado. Chorei a madrugada inteira, sem entender o que havia ocorrido, mas fui fazer a prova; a sorte é que a prova seria no turno da tarde. 
   Não sabia se chorava ou se queria dormir em cima da prova, mas consegui terminar a tempo.
   No dia do resultado, acordei cedo, o que é um sacrífico (mas que já está em processo de adaptação) e fui à casa de uma amiga, Raynara. Ela não estava em casa, estava no colégio e também havia tentando vestibular, pra odonto, infelizmente não conseguiu. Lembro-me que sua irmã Rayza e sua mãe, Dona Flora, estavam na sala e me receberam. Eu estava muito nervoso, mas conseguia controlar. Cheguei bem antes de começarem a ler o listão e então aguardei. Quando os locutores de rádio começaram a leitura, meu coração parecia que iria sair pela boca, muita aflição e ansiedade me dominavam, como a todos que se encontravam naquele ambiente. 
   Rayza foi tentar olhar no site o listão e de repente veio descendo a escada soltando palavrões dizendo que eu havia conseguido! Não acreditava! Ela me pediu que subisse e olhasse meu nome, então foi que pude ter a certeza de que havia conseguido. Mas queria mais, queria a emoção de escutar meu nome na rádio, então aguardei. E até gravei aquele momento mágico. 
   Logo depois Rayza e Dona Flora compraram muitos ovos e fomos pra casa, onde já se encontravam muitos familiares e amigos à minha espera. Muitos abraços e felicitações foi o que recebi, primeiramente. Logo começou a sessão de ovos, trigo e muita festa. Rasparam meu lindo cabelo e pela primeira vez, me vi careca, porém feliz, me sentindo realizado, afinal eu estava entrando numa federal.
   Sai pela cidade todo sujo de ovo, trigo, champagne e no porta-mala do carro, com o Léo e o Igor. Fomos ao centro da cidade, nas festas dos cursinhos. Pegamos chuva e nos divertimos bastante. Umas 19:00 horas eu voltei pra casa, de ônibus e cheirando a ovo (risos). 
   Ao chegar em casa, percebo que a farra ainda rolava, mesmo sem mim. E tomei um susto ao me deparar com um ex bebendo todas e conversando com meu pai. O cara ficou tri louco e eu tive que cuidar dele, depois de todo o sofrimento que ele me causou, mas tudo bem, tratei o mal com bem.
   Descobri que a universidade e o ensino superior no Brasil não é este sonho tão colorido que eu imaginei. Tive que esperar até o segundo semestre do ano  para o início das aulas, além da greve que atrasou mais ainda. E quando começaram as aulas, descobri que o curso não era o que eu esperava. O bom é que conheci muita gente, um novo mundo, que me abriu os olhos e me fez amadurecer um pouco mais. Me envolvi com o movimento estudantil, outro erro, pois é só atraso e não resolve, praticamente, nada; mas consegui uma viagem ao Rio de Janeiro com eles, o que abriu mais ainda os horizontes.
   Estou com muitos problemas na turma da faculdade e estou decidido a mudar de curso, vou tentar psicologia. Um curso com bem menos "galera do fundão" e mais gente pensante e que tem um retorno financeiro bem melhor do que Letras, afinal de contas o professor não é valorizado neste país.
   Vou prestar vestibular novamente este ano e se não conseguir aprovação, tento o vestibulinho no ano que vem. Muita sorte pra mim!

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